sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fim de campanha

A campanha está a chegar ao fim. Infelizmente, nesta segunda semana, não tive oportunidade de deixar aqui no Senado mais algumas opiniões sobre o que se passou em Aveiro.
Mas vejo, via Facebook, que há muita desilusão quanto ao facto de nos debates se ter falado muito do passado e pouco do futuro.
Naturalmente que, só quem vive fora do mundo real, pode pensar o futuro sem saber o presente, e o presente tem a ver apenas e só com o passado.
É muito fácil falar de projectos para a Avenida, de orçamento para a cultura, de relvado sintéticos para o futebol, etc. etc, se partirmos do zero.
Já houve quem o fizesse a nível empresarial, encerrando empresas deficitárias para partir de novo com o balanço a zero.
Mas, a nível municipal isso é impossível.
A gestão dos recursos, financeiros e não só, tem de partir da realidade existente.
As opções que quem está no poder faz quanto a esses recursos, são escrutinadas nas eleições.
Votamos não apenas nos programas para o futuro mas também, muito vezes de uma forma mais relevante, no cumprimento que foi feito daquilo que nos prometeram no passado.
Apenas em laboratório é possível evitar esta realidade e trabalhar em ambientes controlados.
Mas, infelizmente, aqueles que fazem dos laboratórios a sua vida (e que também são necessários), muitas vezes constipam-se assim que de lá saem, e por esse motivo não querem assumir o desafio de passar da teoria à prática.
Votos de uma boa reflexão.

5 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro
Concordo em absoluto! Temos de ter absoluta consciência da situação em que estamos e os pés bem na terra. Mas podemos olhar em frente e não para trás!
Um abraço
José Carlos Mota

Anónimo disse...

Concordo e sublinho. Mas é verdade que muito se pode fazer sem ter de olhar para o orçamento, dependendo da energia e empenho que se coloca ao serviço.
Claro que anda aí muita gente que só fala de fazer e gastar, como se isso fosse possível e não hipotecasse o futuro... Falta pudor.
Bom fim-de-semana e boa reflexão.

Anónimo disse...

Só posso ficar ainda mais preocupado depois desta visão, senão vejamos:
Quem pensa e prepara o futuro está fora da realidade? Se concordo com o aprender com o passado, tenho de discordar com o presente servir apenas para resolver as consequências do passado. Já que refere o mundo empresarial, muito modestamente lhe proponho uma frase que pode clarificar melhor o meu ponto de vista - dedique a maior parte do seu tempo aos assuntos importantes para que os assuntos urgentes se extingam... - Será que não olhar centralmente para o futuro não é correr o risco de viver fora da realidade? senão vejam o que aconteceu a Aveiro comparativamente com Àgueda, Estarreja, Viseu entre outros municípios.
Quanto a orçamentos, não me ofendam, li algures que foi destinado à cultura mais de 1 milhão de euros. Afinal onde foi aplicado esse dinheiro? Que eventos aconteceram? Será que continuamos a alimentar instituições que pouco produzem e ainda fazem concorrência desonesta a outras que podem fazer muito mais, e até mesmo a outras que produzem noutros municípios porque em Aveiro não conseguem apresentar os seus trabalhos? Não será importante conhecer quem temos na nossa terra e só depois fazer opções?
Quanto a visões mais nobres como a sua só deixo mais pergunta, se conhece a realidade do Teatro Aveirense diga-me se quem o dirigiu olhou para o passado e com ele aprendeu alguma coisa?
Na minha óptica não é com mais dinheiro, mas com melhor gestão e isso realmente não está ao alcance de todos, e como disse um jornalista que foi para o desemprego a bem pouco tempo e não conseguiu arranjar outro nem noutra profissão desabafou o seguinte comentário: "tentei de tudo e não consegui arranjar trabalho, só me resta ir para a política, é com muita vergonha que o faço mas tenho de pensar na minha família..."

Jorge Greno disse...

Caro anónimo
Se cada mandato político ou até mesmo associativo pudesse "limpar" o passado, nomeadamente financeiro e partir do zero, certamente que o futuro seria muito mais fácil de fazer. Foi isso que muitas empresas fizeram e, o facto de o referir, não significa que esteja de acordo com essa forma de actuar, pois muitas vezes ficam dívidas por pagar.
Se o valor gasto com a cultura foi o que se refere e que eu também, li, resta saber, por exemplo, se lá estão contabilizadas as obras do museu da arte nova ou o contrato-programa da câmara com o TA. A ser assim, pouco sobra para as restantes entidades.
Por último e relativamente ao TA, a cuja gestão estive ligado durante 2 anos, penso que não levará a mal se eu disser que, tal como de treinador de futebol todos temos um pouco, também de programador cultural cá está uma costela certamente...
E o problema, não do TA, mas da região de Aveiro - Ílhavo incluída - é que temos 4 salas de espectáculos com 600/700 lugares cada uma, que, face à sua dimensão não permitem que alguns espectáculos nos visitem, pois o custo que apresentam relativamente à receita que a lotação permite gerar levaria a enormes prejuízos.
Aí sim, há uma falta de visão em não se ter construído um pavilhão multiusos, racional e economicamente viável, que Aveiro merece e que podia ser uma mais-valia para a cidade e região.

Anónimo disse...

Boas

O que acontece é que existe muita falta de dialgo entre autarquias vizinhas numa questão de planeamento, para mim não faz sentido Ilhavo estar tão proximo de Aveiro e ter uma sala de espectaculos tão grande podendo existir uma a meio caminho que servi-se os dois concelhos, ficavam os dois a ganhar.
Mas infelizmente é o que acontece nas nossas cidades é a competição entre autarquias principalmente de partidos diferente.

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